segunda-feira, 30 de julho de 2012

Por que não treinar?

Atualmente, uma das discussões mais presentes em redes sociais como o LinkedIn, é sobre a promessa da grande oferta de vagas para engenheiros. Elas realmente existem? Onde estão? Quem são essas pessoas que estão conseguindo emprego?

Boa parte dos engenheiros recém formados possuem a seguinte queixa: "Tenho um ótimo currículo, mas estou desempregado, aonde estão as vagas para engenharia que tanto falaram?". Essa queixa também se aplica aos engenheiros com experiência.

Não é de hoje que o mercado de trabalho se tornou bastante contraditório. Exige-se experiência mas há poucas empresas dispostas a dar o primeiro emprego, há vagas mas exige-se um conhecimento muito específico e a empresa não dispõe de treinamento, e assim se segue.

Muitas vezes o que se pede é um tipo de conhecimento que não é alcançável para o trabalhador que por motivos financeiros, geralmente os cursos tem um alto custo, ele não consegue arcar com o valor, principalmente se ele estiver desempregado. Para os empregados que desejam mudar de emprego, o tempo também é um fator que dificulta, como conciliar seu atual trabalho com os estudos?

Outra queixa frequente é em relação as exigências dos programas Trainee, temos que ter intercâmbio, uma pós-graduação, falar uma quantidade de línguas fluentemente, se pararmos pra pensar, ou nós entramos com uma maturidade muito além na faculdade pra correr atrás de tudo isso durante o curso, ou nós terminamos o curso e passamos em torno de um ou dois anos só com nossos pais investindo mais ainda em nós. Mas de qualquer forma, conseguir atender a todos os requisitos dos programas Trainee exigem um investimento financeiro que nem todos os estudantes conseguem ter e nem sempre sua remuneração é das melhores, além da concorrência sempre ser altíssima.

O que precisamos observar é que o mercado de trabalho muitas vezes nos cobra demasiadamente e a maioria das empresas nos oferecem muito pouco (salário, treinamento, tempo...). Não seria a hora das organizações sofrerem reestruturações no que se trata de recrutar pessoas? Muitas admitem que a permanência de contratados, principalmente os Trainee tem sido muito baixa, isso significa que muitas empresas estão excluindo candidatos em potencial por candidatos que possuem um currículo cheio que nem sempre possuem a garra e a crença para pertencer ao negócio da empresa. Devemos contratar pessoas que acreditem no nosso negócio acima de tudo, nem sempre o cara que se formou em Harvard vai dar tudo por sua empresa, vai se preocupar com os mínimos detalhes e solucioná-los.

E quanto as exigências específicas, os cursos que o candidato deve ter, por que não treinar você mesmo seu funcionário? Moldar você mesmo o trabalhador que você deseja ter na sua equipe? Devemos lembrar que além do treinamento mal feito em outro local, que pode ter sido em outra empresa ou não, o trabalhador adquire vícios que nem sempre são benéficos para aquela empresa! Treinar você mesmo seu funcionário garante que  ele está aprendendo o que você precisa da maneira que você precisa, com poucas surpresas e poucas dores de cabeça.

Uma empresa que investe nos seus contratados cria pessoas fiéis ao seu negócio, pessoas que jamais vão abandonar a empresa, principalmente em tempos de crise. O funcionário de currículo rebuscado com certeza vai sair assim que aparecer melhor oportunidade, pois a participação da empresa na construção do seu currículo foi muito pequena e ele sente que nada deve ao seu empregador. Portanto é necessário fidelizar seu funcionário investindo nele!

Bem pessoal é isso! Me ausentei semana passada para resolver alguns problemas pessoais mas agora estou voltando com tudo! Esperem que essa semana eu terei mais novidades!
Até mais!

2 comentários:

  1. Muito bom seus questionamentos Kadije. Falou exatamente o que nós recém formados estamos passando. Estou vivendo exatamente essa aflição de não achar vagas para meu currículo e não ter as qualificações exigidas nos trainee. É muito desestimulante você sair da faculdade cheia de gás para exercer sua profissão e não encontrar nenhuma oportunidade. O que nos resta é continuar nos esforçando, através da ajuda de nossos pais, para qualificarmos nossos currículos como o mercado exige.

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    1. Realmente é o que nos resta Carol. E é para que isso parece de acontecer que eu criei o blog, para orientar jovens estudantes a estruturarem seus currículos ainda dentro da universidade, antes que eles se encontrem formados e desempregados.

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