terça-feira, 19 de junho de 2012

Kinross Gold Corporation - Parte 1

Mina de Tasiast - Mauritania
Ficha técnica

Fundação:

            A Kinross Gold Corporation, empresa global com sede no Canadá, foi criada em 31 de maio de 1993 e foi fundada pelo engenheiro de minas Robert M. Buchan.

Sobre a Kinross:

            A empresa possui minas e projetos no Brasil, Canadá, Chile, Equador, Estados Unidos, Gana, Mauritânia e Rússia, empregando mais de oito mil pessoas em todo o mundo. A Kinross mantém três grandes projetos no mundo, com estimativa de crescimento de 60% nos próximos dois anos. Com a previsão de produção aumentando de 1,6 milhão de onças em 2007 para mais de 2,6 milhões de onças em 2009, os custos de produção devem cair consideravelmente.
            Mantendo o foco na maximização dos resultados, a Kinross possui uma política que não prevê o resguardo de suas finanças com ouro. Para isso, a empresa concentra-se no objetivo estratégico de maximizar seus ativos e o fluxo de caixa de acordo com um plano de quatro pontos: busca da excelência na performance de seus ativos, contratação e retenção dos melhores talentos e equipes, busca por segmentos operacionais estratégicos e foco em um futuro de valor agregado.
            A Kinross possui ações listadas na Bolsa de Valores de Toronto (K) e na bolsa de Nova Iorque (KGC).

Atuação no Brasil:

            No Brasil, a Kinross detém 100% do capital da Rio Paracatu Mineração S.A. (RPM) e participação de 50% no controle acionário da Mineração Serra Grande S.A. (MSG), colocando-se entre as três principais produtoras de ouro do País.
            A grande escala da mina a céu aberto da Rio Paracatu Mineração está localizada a menos de 2 km ao norte da cidade de Paracatu. O local possui uma mina a céu aberto, uma usina de beneficiamento, um local para armazenamento de rejeitos e infra-estrutura superficial. Desde a a virada do ano 2000, a Kinross tem respondido por parte significativa da produção e das exportações brasileiras do ouro – respectivamente, entre 15% e 20%, em média, dos totais produzido e exportado. Na mina subterrânea de Crixás (em operação desde 1989), com sede no Estado de Goiás e operada pela sócia AngloGold Ashanti, os níveis anuais de produção de ouro chegam a 6 toneladas, com teor aurífero de 7,4 gramas por tonelada.
            O Brasil responde por mais de 20% da produção mundial de ouro da Kinross, o equivalente a 40 toneladas por ano. Com a expansão da Mina Morro do Ouro, esse percentual tomará proporções ainda mais significativas.Os investimentos planejados pela Kinross para os próximos anos foram divididos em dois projetos de expansão que, somados, totalizam US$ 570 milhões.
            As inversões previstas envolvem a ampliação da capacidade de produção da planta atual para 20 milhões de toneladas por ano (Mtpa) de minério de ouro, e a implantação de uma nova planta produtiva, em cava, com capacidade de 41 Mtpa e vida útil até 2036.
            Depois de concluída a expansão, a mineradora deverá aumentar sua capacidade de lavra de minérios dos atuais cerca de 17 Mtpa para 61 Mtpa, o que deve resultar em uma produção de cerca de 15 toneladas anuais de ouro, quase o triplo do nível observado nos últimos anos.

Atuação no exterior:



             A Kinross explora as minas de Tasiast - Mauritania no leste da áfrica, a Dvoinoye localizada na Russia, as de Lobo-Marte e Cerro Casale localizadas no Chile, a de Fruta del Norte localizada no Equador, e por fim a de White Gold - Yukon, localizada no Canadá.

A atuação do Engenheiro Químico

          O Engenheiro Químico pode atuar na Kinross em diversos setores, podemos citar como exemplos o processo de extração e também na gestão ambiental da mina durante e após sua desativação.

No processo de extração

          O processo de beneficiamento de ouro é um dos grandes desafios da mineração. Este metal nobre ocorre tipicamente em concentrações muitos baixas na natureza. Uma das formas de extraí-lo é por meio da utilização de produtos hidrometalúrgicos após a etapa de beneficiamento do minério.
          A recuperação hidrometalúrgica típica deste tipo de mineração inclui uma etapa de lixiviação, durante a qual o ouro é dissolvido em um meio aquoso. Como o metal não é solúvel em água, é necessário ao processo um complexante, como o cianeto, que lixivia e estabiliza o ouro em solução, e um oxidante. A dosagem de cianeto nesta etapa é da ordem de 350 mg/l. A substância é utilizada na forma NaCN.
          O processo também inclui uma etapa de destruição do cianeto. Esta atividade envolve alta tecnologia de forma a impedir que resíduos dessa substância no efluente final do processo sejam dispostos na barragem de rejeitos. O monitoramento ambiental realizado pela empresa, rotineiramente, confirma que a presença de cianeto na água e nos rejeitos direcionados a barragem, encontram-se abaixo dos limites legais estabelecidos pelas legislações federais e estaduais.
          Na Kinross Paracatu, o transporte e manuseio do cianeto também seguem as recomendações do Código Internacional. Por medida de segurança, é transportado envolto em quatro embalagens: saco plástico, big bag, papelão e madeira. A empresa adota o controle da destinação final das embalagens do cianeto, como medida preventiva e obedecendo a rigorosos padrões de segurança.

Na recuperação do meio ambiente

          Após todo o trabalho de exploração do minério, a empresa se compromete a devolver o meio ambiente que foi degradado em condições aceitáveis para a comunidade, é nesse momento que um Engenheiro Químico com especialização em Gestão Ambiental tem sido de grande valia para empresas como a Kinross,segundo matéria recente da revista Veja, Engenheiros Químicos com especialização em meio ambiente são os profissionais de ouro para as mineradoras, eles atuam garantindo que a empresa esteja trabalhando com sustentabilidade e respeito as leis ambientais.
         

          Pessoal para essa postagem não ficar muito extensa resolvi dividi-la em dois posts, no próximo eu falarei um pouco sobre os programas de estágio e trainee, sobre o jeito Kinross de se trabalhar e se eu conseguir contato com algum trabalhador da Kinross (se alguém conhecer me ajude!) farei uma entrevista com ele sobre a empresa para matar um pouquinho da nossa curiosidade. E por hoje é só! Espero que gostem!




Revista Veja edição 2270 ano 45 nº 21

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Ainda é difícil ser EngenheirA QuímicA?

    
        Ao passar dos anos, nós mulheres, conquistamos muito espaço na sociedade em todos os seus âmbitos mas, atualmente ainda existe esse preconceito e distinção por sexo? Claro que sim! Algumas batalhas ainda precisam ser travadas e muitas coisas precisam ser esclarecidas sobre a participação da mulher no mercado de trabalho (não só nele, mas vou me ater apenas a esse âmbito nesse post).
      
       Antes de tudo vocês devem concordar comigo que profissionalismo independe de sexo, não é por que se é homem que o profissionalismo vai ser dado como certo naquele candidato ao emprego de trabalho, problemas profissionais surgem independente de sexo, raça, etc. Você pode encontrar uma excelente profissional que faça o mesmo trabalho ou até melhor do que um homem. 

        Mas por que as empresas ainda insistem em classificar seus canditatos por sexo? Por um motivo muito simples, elas não estão preocupadas em inserir a mulher no mercado de trabalho, ao contrário dos deficientes, não existe política de inserção da mulher nesse meio. Compreendo que determinadas atividades e setores serão mais complicados para uma mulher se trabalhar, mas isso só acontece por falta de condições de trabalho mesmo, é por pensar estupidamente que, só por que se é homem, pode-se sujeitar o profissional a qualquer coisa que ele vai aceitar mais facilmente que uma mulher, e vai, mas isso não significa que esteja correto.

        E como fazemos para inserir a mulher no mercado de trabalho? É óbvio, inserindo a mulher no mercado de trabalho. Não entederam? Bem vou explicar. Quando você torna o ambiente de trabalho misto, homens e mulheres convivendo no mesmo espaço, desde níveis hierárquicos mais baixos até os mais altos fica mais fácil o respeito e a aceitação da mulher em todos os cargos, principalmente os mais altos. Se você é a engenheira química responsável por um determinado setor e o mesmo é misto fica mais fácil de se obter o controle e o respeito de sua equipe. Infelizmente para nós engenheiras comandar uma equipe de operadores, principalmente quando eles tem um nível de escolaridade mais baixo, é um desafio e tanto, é até engraçado, mas o machismo aflora mais entre eles. A presença de mulheres executando o mesmo trabalho que eles, faz com que eles tenham o raciocínio de que se uma mulher pode fazer o mesmo trabalho, então ela também pode gerir e comandar a equipe da qual ele faz parte.

       Ao trabalhar na construção da segunda maior cervejaria da Ambev na América Latina me deparei com mulheres operando retroescavadeiras e achei aquilo fantástico! As vezes me perguntava como não tinha ouvido falar sequer uma vez sobre algum caso de desrespeito a mulher naquela construção, onde a maioria dos trabalhadores eram homens, e a resposta era simples, a mulher estava inserida em todos os setores daquela construção/fábrica, metade do time que eu fazia parte era composto de mulheres, eu tinha operadoras no meu setor, existiam mulheres em cargos altos, ou seja, criou-se um clima de igualdade e respeito naquele ambiente que tinha com certeza pelo menos 2000 mil pessoas trabalhando só por que não existiam somente mulheres "mandando" em homens, existiam para eles colegas de trabalho que executavam as mesmas funções e mereciam igualdade e respeito.

        Cabe a nós mulheres também cobrar e contratar mais mulheres para a indústria e a construção cívil, atualmente as mulheres não fazem mais tanta questão de ambientes "confortáveis" para se trabalhar e estão abandonando sim o salto alto e colocando a botina de segurança com biqueira de ferro. Ao longo dos anos a presença de mulheres fazendo engenharia cresceu muito, posso citar como exemplo minha turma da faculdade que tinha 35 mulheres num total de 40 alunos, isso no ano de 2006. Imagine como estão as faculdades agora!

        O mercado de trabalho precisa se adaptar a isso urgentemente! Do grande empresário ao pequeno empregador, se não, acabarão por perder excelentes profissionais que poderiam impulsionar o crescimento das suas empresas de maneira rápida e inovadora.

             Com isso encerro minhas discussões iniciais sobre o mercado de trabalho, prometo a todos que o próximo post será sobre uma grande (e desconhecida para alguns) empresa na qual a engenharia química pode atuar. Até lá!