Antes de tudo vocês devem concordar comigo que profissionalismo
independe de sexo, não é por que se é homem que o profissionalismo vai
ser dado como certo naquele candidato ao emprego de trabalho, problemas
profissionais surgem independente de sexo, raça, etc. Você pode
encontrar uma excelente profissional que faça o mesmo trabalho ou até
melhor do que um homem.
Mas por que as empresas ainda insistem em classificar seus canditatos
por sexo? Por um motivo muito simples, elas não estão preocupadas em
inserir a mulher no mercado de trabalho, ao contrário dos deficientes,
não existe política de inserção da mulher nesse meio.
Compreendo que determinadas atividades e setores serão mais complicados
para uma mulher se trabalhar, mas isso só acontece por falta de
condições de trabalho mesmo, é por pensar estupidamente que, só por que
se é homem, pode-se sujeitar o profissional a qualquer coisa que ele vai
aceitar mais facilmente que uma mulher, e vai, mas isso não significa
que esteja correto.
E como fazemos para inserir a mulher no mercado de trabalho? É óbvio,
inserindo a mulher no mercado de trabalho. Não entederam? Bem vou
explicar. Quando você torna o ambiente de trabalho misto, homens e
mulheres convivendo no mesmo espaço, desde níveis hierárquicos mais
baixos até os mais altos fica mais fácil o respeito e a aceitação da
mulher em todos os cargos, principalmente os mais altos. Se você é a
engenheira química responsável por um determinado setor e o mesmo é
misto fica mais fácil de se obter o controle e o respeito de sua equipe.
Infelizmente para nós engenheiras comandar uma equipe de operadores,
principalmente quando eles tem um nível de escolaridade mais baixo, é um
desafio e tanto, é até engraçado, mas o machismo aflora mais entre
eles. A presença de mulheres executando o mesmo trabalho que eles, faz
com que eles tenham o raciocínio de que se uma mulher pode fazer o mesmo
trabalho, então ela também pode gerir e comandar a equipe da qual ele
faz parte.
Ao trabalhar na construção da segunda maior cervejaria da Ambev na
América Latina me deparei com mulheres operando retroescavadeiras e
achei aquilo fantástico! As vezes me perguntava como não tinha ouvido
falar sequer uma vez sobre algum caso de desrespeito a mulher naquela
construção, onde a maioria dos trabalhadores eram homens, e a resposta
era simples, a mulher estava inserida em todos os setores daquela
construção/fábrica, metade do time que eu fazia parte era composto de
mulheres, eu tinha operadoras no meu setor, existiam mulheres em cargos
altos, ou seja, criou-se um clima de igualdade e respeito naquele
ambiente que tinha com certeza pelo menos 2000 mil pessoas trabalhando
só por que não existiam somente mulheres "mandando" em homens, existiam
para eles colegas de trabalho que executavam as mesmas funções e
mereciam igualdade e respeito.
Cabe a nós mulheres também cobrar e contratar mais mulheres para a indústria e a construção cívil, atualmente as mulheres não
fazem mais tanta questão de ambientes "confortáveis" para se trabalhar e
estão abandonando sim o salto alto e colocando a botina de segurança
com biqueira de ferro. Ao longo dos anos a presença de mulheres fazendo
engenharia cresceu muito, posso citar como exemplo minha turma da
faculdade que tinha 35 mulheres num total de 40 alunos, isso no ano de
2006. Imagine como estão as faculdades agora!
O mercado de trabalho precisa se adaptar a isso urgentemente! Do
grande empresário ao pequeno empregador, se não, acabarão por perder
excelentes profissionais que poderiam impulsionar o crescimento das suas
empresas de maneira rápida e inovadora.
Com isso encerro minhas discussões iniciais sobre o mercado de
trabalho, prometo a todos que o próximo post será sobre uma grande (e
desconhecida para alguns) empresa na qual a engenharia química pode
atuar. Até lá!
Gostei muito, espero mais atualizações :D
ResponderExcluirObrigada!!
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